Em 1966, José Carlos Sobrinho, então com 30 anos de idade, mandou transformar seu caminhão em ônibus e se juntou a dois irmãos, também caminhoneiros, para transportar passageiros entre a cidade de Ipu, no norte do Ceará, e a nova Capital, Brasília, inaugurada seis anos antes. Estava nascendo uma das mais eficientes empresas de transporte rodoviário do Nordeste. Para quem não se lembra, antes de aparecer nos mapas Ipu surgiu na Literatura: segundo José de Alencar, dava nome à bica onde se banhava a índia Iracema, personagem-título de um dos romances mais conhecidos do escritor cearense. Ali, nasceu, há três décadas, o Expresso Ipu-Brasília, com três caminhões transformados em ônibus pela encarroçadora Nicola. Naqueles ônibus improvisados, eram necessários seis dias, quando tudo corria bem, para cobrir a distância entre Ipú e Brasília. É que não havia estradas asfaltadas e o sucesso de cada viagem dependia não só da perícia dos três irmãos motoristas como também das condições do tempo. Se chovia, a demora era maior, por causa dos lamaçais, buracos e pontes arrebentadas. Se havia sol, o percurso era cumprido em menos tempo, mas em compensação o motorista e os 28 passageiros tinha que engolir muita poeira pelo caminho. Não havia pontos de apoio e as paradas era feitas em qualquer lugar. Dormia-se ao relento ou dentro dos ônibus. Comia-se o que era possível trazer de farnel. Foi assim durante vário anos, enquanto a empresa crescia lentamente e os três irmãos adquiriam experiência num ramo tão difícil quanto sujeito a chuvas e trovoadas. Com todas as dificuldades, no entanto, o negócio deu certo. Quatro anos depois, a empresa já dispunha de recursos para iniciar, como um segundo empreendimento, o transporte urbano de passageiros na Capital, Fortaleza. Sempre atentos a novas oportunidades, os irmãos começaram a adquirir mais algumas linhas como a da Taguatur, ainda em 1970, que ligava Parnaíba (Piauí) a Brasília, a da Empresa Cajazeiras (1972), entre Fortaleza e o interior cearense, e da Viação Corrente (1972), ligando Santa Rita de Cássia (Bahia) e o sul piauiense a Brasília. Essas aquisições – feitas menos pela disponibilidade de recursos e mais porque, diante das grandes dificuldades da época, outras empresas acabavam desistindo de prosseguir no negócio do transporte de passageiros – viriam demonstrar a visão empresarial dos três irmãos. Ao contrário dos outros, eles jamais desanimavam; acreditavam sempre. As incorporações continuaram com a compra da Campelo (Crateús – Teresina) e da Transbrasília (sul do Piauí a Brasília) em 1974, e da Miguel Leal (Iguatu-Teresina) em 1977. Também conseguiram vencer uma licitação importante na história da empresa, em 1976, para a linha Fortaleza-Belém.

Dentro da política de proporcionar o maior conforto possível aos usuários, recentemente a empresa passou a só adquirir ônibus com ar-condicionado e também adotou uma inovação: os ônibus, todos com 14 metros de comprimento, recebem apenas 46 poltronas, o que significa maior espaço entre elas, deixando o passageiro mais à vontade. Quem viaja nesses ônibus paga tarifa executiva e dispõe, além do ar-condicionado, de aparelhos de televisão/vídeo e do auto-serviço de água e cafezinho. Marco Petrônio prevê que, provavelmente, no futuro, esse tipo de serviço passará a ser considerado “convencional”, enquanto o serviço executivo evoluirá para um nível de sofisticação ainda maior, com redução do número de paradas e melhoria da estrutura de comunicação. Com o atual serviço expresso, a empresa cumpre em apenas 34 horas o percurso entre Fortaleza e Brasília, o que representa um ganho de oito a dez horas sobre a duração normal da viagem.Tanta preocupação com o conforto tem sua razão de ser. Pesquisando o perfil dos usuários, a empresa verificou que seus passageiros são, na maioria, de classe média. Já vão longe os tempos em que seus ônibus trafegavam lotados de pessoas que viajavam só com a roupa do corpo rumo à então chamada Capital da Esperança, em busca de uma oportunidade de trabalho. Hoje, muitos dos embarcados são homens de negócio e, boa parte, turistas. Gente que exige serviço de primeira qualidade e que não troca o baixo custo e o conforto de um ônibus pela viagem por avião.A Vipu também desenvolve um bem cuidado programa de comunicação e informação ao usuário. Em todos os seus ônibus, por exemplo, estão instaladas pequenas urnas com formulários para sugestões ou reclamações. As queixas são raras, mas levadas muito a sério pela direção. Já os elogios são comuns. Não raro, a empresa é chamada de “amiga Vipu”, como no caso de um bilhete depositado semanas atrás por alguém que assinou: Üma simples passageira que admira”.Outra preocupação tem sido manter em um nível de dez a quinze por cento ao ano o índice de renovação da frota. A idade média dos ônibus hoje é de 3,6 anos. Este ano a empresa já comprou cinco novos Scania com carroçeria Marcopolo. Até dezembro, mais seis estarão sendo incorporados à frota.Diretor Superintendente - José Carlos SobrinhoDiretor Administrativo - Marcelo Joseme Abreu CarlosDiretor de Manutenção - Marcos Vinicius Abreu CarlosDiretor Financeiro - Marco Petrônio Abreu CarlosNumero de carros da frota - 53Passageiros transportados em 96 - 112.823Quilômetros percorridos em 96 - 7.856.525Óleo diesel consumido em 96 - 2.722.172 litros
Fonte : Blog do kleber teixeira
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