quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A difícil convivência entre motoristas e pedestres

Veículos de grande porte devem prezar pela segurança dos menores. Juntos, todos eles têm de preservar a vida do pedestre. É o que diz o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), lei que regulamenta a circulação de veículos, pessoas e animais em vias terrestres de todo o Brasil. Nas ruas de Fortaleza, os relatos dão conta de uma realidade oposta. Condutores de carros e motos parecem desconhecer ou ignorar a obrigação de proteger o mais frágil. Os cuidados, no entanto, dependem também de quem está a pé.

As precauções dos pedestres na hora de atravessar, como designa o CTB, incluem a utilização de faixas ou passagens numa distância de 50 metros. Durante a Semana de Mobilidade Urbana, a Prefeitura de Fortaleza promove a campanha “Dê passagem para a vida”, realizada nos terminais de ônibus e ruas do Centro, com ações de conscientização sobre a travessia segura. Até amanhã, 20, agentes educativos abordam os pedestres e distribuem panfletos. A iniciativa é da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) em parceria com a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor).

Pelas vias da Aldeota, o operador de telemarketing Rafael Santos relata que poucos utilizam a faixa para atravessar, mesmo em quarteirões onde ela existe. O vendedor John Wilson também costuma caminhar pela cidade e afirma ser comum ver pessoas correndo entre um carro e outro nas ruas da Messejana. “Parece que a faixa nem adianta nada, porque nem o pedestre passa por ela nem o motorista respeita”, enfatiza.

A travessia se torna mais fácil em semáforos com estágio para pedestres, com um terceiro tempo enquanto os carros das duas vias estão parados. Nos cruzamentos com semáforos de grupos focais, uma das vias tem trânsito livre. Mesmo atravessando em cima da faixa, o jeito é esperar espaços entre os carros em pelo menos uma das faixas, como acontece no cruzamento das avenidas Desembargador Moreira e Santos Dumont. Segundo Ivan Braga, chefe do Núcleo de Ações Socioeducativas da AMC, a sinalização nem seria necessária caso o condutor soubesse de quem é a prioridade. “O ideal era que o motorista parasse assim que visse alguém tentando atravessar, mas não é o que acontece”, pontua.

Em cruzamentos movimentados, os pedestres relatam dificuldades. “Se o sinal abre antes de todo mundo passar, tem motorista que avança”, exemplifica o vendedor Edilson Alves. Pelo CTB, a preferência é dos pedestres que não tenham concluído a travessia onde há sinalização para controlar a passagem. Edilson considera também que é curto o tempo dos semáforos para quem precisa atravessar mais de uma via.

Saiba mais

Durante a Semana de Mobilidade Urbana, membros da Associação dos Ciclistas Urbanos de Fortaleza (Ciclovida) propõem alternativas para o trânsito da cidade.

Hoje é o dia programado para que os cidadãos se desloquem para os trabalhos de bicicleta.
 
Na página do Ciclovida no Facebook, os integrantes dão dicas para o trajeto e convidam os participantes a enviar fotos para concorrer a camisas da Semana de Mobilidade.

Pedestres

Direitos
Ter a segurança preservada por veículos de maior porte;

Transitar pelas calçadas sem obstáculos;

Ter preferência sobre os carros nas pistas de rolamento onde não há passeios ou condições de utilizá-los; 

Ter assegurada sinalização e proteção pelos órgãos competentes em casos de obstrução de calçadas ou passagens para pedestres;

Ter preferência sobre veículos antes de concluir a travessia;

Ter asseguradas faixas e passagens em boas condições.
 
Deveres
Tomar precauções para atravessar;

Utilizar faixas ou passagens para pedestres numa distância de até 50 metros;

Atravessar em linha reta onde não houver faixas ou passagens;

Atravessar seguindo a continuação da calçada em interseções de vias sem faixas de travessia;

Atravessar a pista sem aumentar o percurso, demorar-se ou parar sem necessidade.

FONTE: CTB